sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Uma leitura

Quando aquelas duas lágrimas solitárias escorreram por sua face, ficou exposta a sua tristeza, a sua amargura. O som que saía de sua garganta já era irreconhecível, uma melodia perdida no vazio dos seus pensamentos. A expressão, como uma folha seca de outono. Murcha. O fosco dos olhos continuavam a fixar-se no nada e assim perder-se num imenso cenário de nada e tudo ao mesmo tempo. Tudo não passava de um grande barulho dentro e fora de si.

O corpo jogado em meio ás folhas mortas, sentindo uma brisa que não refrescava nem acariciava , deixando tudo imune a qualquer sensação a não ser a de existir. Nada se ouve, basta o silêncio da visão. Já não existe cor, já não existe nada. Só um vazio... A mãos já não tocam e são incapazes de apontar o céu. Seus dedos trêmulos assim ficam jogados, sem força. Uma fragilidade exposta. Um corpo á espera de um singelo toque quente para retomar a cor, para que o cenário s esclareça colorido e a vida volte a ser vida.

O incompreendido. O não-sentido. Há razão ou não? O que corre dentro do peito não tem direção, não tem rumo. è rotativo, gira num mesmo fluxo com as mesmas funções. Sentimento é racional, está no cérebro, sentimento que vem do coração é só um simbolismo, o coração só bate... Um poço sem fundo. Uma utopia que não se alcança. Uma quimera. O mundo se quebra em um ralo de esgoto, e nãos e pode catar todas as peças. Imcompleto. Não é possível montar o mundo, só conviver. O que é ser? Sou? O que? Não há o que se fazer. Sente-se neste cômodo vazio. As palavras saem e vou atrás delas como se tentasse catar mil pérolas espalhadas pelo chão, essa serve, essa não. Que confusão!

Vazio...A mão se estende, estou esperando...será? Quanta escuridão... A mão continua estendida, o olhar ansioso, o coração devagar e aflito á espera do que não se espera. Mudar? Aqui e lá? Sei lá... Será que nasce uma flor em um cacto tranquilo no meio do seu deserto de emoções não existentes?

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