quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Só. Numa multidão de amores.





Ainda que houvesse mil flores ao meu redor não seria capaz de sentir seus cheiros.
Mesmo com mil pessoas á minha volta não seria capaz de sentir-me amada e acolhida.
Pois em meu peito há uma cratera, um buraco escuro cheio de solidão.
Solidão que nasceu comigo, que mora comigo e só comigo.
Minhas palavras flutuam em minha cabeça como folhas ao vento de um frio outono.
Um coração só numa multidão de amores. Quem entende?
Ainda que houvesse feixes de luz pelo mundo, me afundaria em trevas.
Meu jardim de flores com espinhos... Não posso tocá-las.
Solidão profunda me invade. Me domina.
Tomo as notas de uma música como embalo ás minhas lágrimas.
As canções de amor, os namorados no parque, as crianças brincando...
Onde está este mundo que não mora em mim?
Essas ondas de tristeza que me invadem como um punhal que rasga o peito dos abandonados.
Aliados comigo somente o torpor dos vícios, a melancolia das palavras e as lágrimas solitárias que pululam de minha face.
O canto triste de um violão...
A insensatez, a loucura e a paixão.