domingo, 11 de julho de 2010

Quase

"Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase. É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi. Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou. Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono. Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cór, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza. O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si. Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer. Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu".

sábado, 24 de abril de 2010

Essas coisas da vida

Chorar não resolve, falar pouco é uma virtude, aprender a se colocar em primeiro lugar não é egoismo. Para qualquer escolha se segue alguma consequência, vontades efêmeras não valem a pena, quem faz uma vez, não faz duas necessariamente, mas quem faz dez, com certeza faz onze. Perdoar é nobre, esquecer é quase impossível. Quem te merece não te faz chorar, quem gosta cuida, o que está no passado tem motivos para não fazer parte do seu presente, não é preciso perder pra aprender a dar valor, e os amigos ainda se contam nos dedos.
Aos poucos você percebe o que vale a pena, o que se deve guardar pro resto da vida, e o que nunca deveria ter entrado nela. Não tem como esconder a verdade, nem tem como enterrar o passado, o tempo sempre vai ser o melhor remédio, mas seus resultados nem sempre são imediatos.

sábado, 20 de março de 2010

Twitter

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Bjus

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Só. Numa multidão de amores.





Ainda que houvesse mil flores ao meu redor não seria capaz de sentir seus cheiros.
Mesmo com mil pessoas á minha volta não seria capaz de sentir-me amada e acolhida.
Pois em meu peito há uma cratera, um buraco escuro cheio de solidão.
Solidão que nasceu comigo, que mora comigo e só comigo.
Minhas palavras flutuam em minha cabeça como folhas ao vento de um frio outono.
Um coração só numa multidão de amores. Quem entende?
Ainda que houvesse feixes de luz pelo mundo, me afundaria em trevas.
Meu jardim de flores com espinhos... Não posso tocá-las.
Solidão profunda me invade. Me domina.
Tomo as notas de uma música como embalo ás minhas lágrimas.
As canções de amor, os namorados no parque, as crianças brincando...
Onde está este mundo que não mora em mim?
Essas ondas de tristeza que me invadem como um punhal que rasga o peito dos abandonados.
Aliados comigo somente o torpor dos vícios, a melancolia das palavras e as lágrimas solitárias que pululam de minha face.
O canto triste de um violão...
A insensatez, a loucura e a paixão.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Um conto...

E ali ficou observando a chama crepitar diante de si, sem saber onde começou nem quando terminaria. Só desejava misturar-se ás cinzas no final. As ondas molhavam seus pés, que um dia caminharam todo o mundo, mas que jamais encontraram seu próprio caminho. Olhava cada onda quebrar do mesmo modo que seus sonhos quebravam como um filme em sua mente. Sentia o vento esvoaçar seus cabelos e acariciar sua pálida pele levando com ele seu último pingo de sanidade. E de joelhos para o mar chorava sem cessar, como se a alma fosse lhe escapar pelos olhos. Ali ficaram suas lembranças, ali ficaram suas tristezas e alegrias. Despiu-se diante da cálida noite e entregou seu corpo ao mar... Seus cabelos moviam-se lenta e harmoniosamente sob as águas enquanto flutuava cantando uma bela canção final. A bruma da noite fazia o cenário, o fogo e as ondas entoavam sua canção. Como uma sereia flutuou no mar... Como um tesouro afundou... Fechando os olhos, abrindo a alma. Só a canção ecoou. E a noite silenciou. A chama se apagou.

Ao modo Alice

O que sou? Quem sou? Sei lá...Prefiro me descobrir todos os dias, quando perco meu olhar nas estrelas, quando me misturo entre as flores, quando me inundo com o sol, quando vôo ao escutar uma música. Quando sonho..seja de olhos abertos ou fechados.

Sou um paradoxo solto, perdido num mundo de idéias vez por outra antagônico.

Meu combustível infindável: o fio do meu pensamento que nem eu sei onde começa e muito menos onde vai terminar.

Já pensei ficar louca embaralhada com tantas perguntas e possíveis respostas que às vezes no segundo seguinte tornaram-se apenas tolices.

Sou uma hipérbole de mim mesma. Com tal exagero que me desconheço às vezes. Mas se eu não fosse esse exagero será que seria eu mesma? Ou seria apenas uma pessoa comum? Será que sou comum? Quem sabe o que é comum?

Enquanto pessoas viajam tranqüilas dentro de seu ônibus rotineiro rumo ao seu trabalho rotineiro, minha mente embarca em outra viagem dentro desta viagem.

Às vezes não consigo sair e me perco em mim mesma.

O que é certo? O que é errado? Afinal... Será que isto existe mesmo?

Falam por aí em trilhar caminhos retos... Eu prefiro os atalhos laterais, talvez levem ao mesmo fim, e posso ver outros visuais, sorrir de outro jeito. Mas e se ele não levar ao mesmo final? Ao fim da estrada? Será que era melhor eu pegar a estrada reta???

Mas... espere!!! Quem disse que eu quero chegar ao final? Eu não disse isso!

Todo mundo faz coisas pensando no final, e dizem que tudo tem um começo, um meio e um fim. Não sei disso não. Eu prefiro me perder no meio. Para que chegar ao fim? Prefiro me divertir no meio das coisas, na multidão. E se eu quiser para? Pego outro atalho, paro, sento no meio da minha floresta e silencio minha mente e assim não escuto mais nada, nem minhas pobres loucuras. Levanto-me e vou pulando para outro meio.

Aí certa vez ouvi: Mas a morte é o fim. E respondi: Você já morreu pra saber?

Bem, meu mundo é feito de possibilidades, excesso de pensamentos, explosões emocionais, idéias loucas... (Loucas? Mas quem sabe o q é loucura?). Pelo menos eu posso voar...

E eu sou um misto disso tudo.

Talvez nem exista um eufemismo para suavizar-me. Meu cérebro se resume numa fusão de surrealismo e realidade paralela, onde tudo é possível. Até você é possível...se é que me entende...

Antagônico

A felicidade é diferente pra mim.

A felicidade é diferente pra você.

Enquanto eu te procuro

Você se ocupa com outras coisas.

Quando você me procura

Talvez eu esteja pensando em outra coisa.

Você sente as coisas dentro de si e se sente possuído e satisfeito

Eu sinto-as da mesma forma

Mas coloco-as para fora do peito.

Enquanto pra você está completo

Pra mim faz falta.

Enquanto tento me esforçar

Você parece perfeito.

Quando eu penso em chorar

Você está rindo

Quando quero rir

Você não diz nada

Quero chegar mais perto...

Você corre sem perceber

Quando às vezes eu quero correr

Sua imagem me faz retroceder.

Enquanto me rasgo por dentro

Com meus tolos sentimentos

Você permanece inatingível e sereno.

Quando me afogo na embriaguez

Você continua sóbrio.

Nossas mãos andam juntas

Mas talvez nossos pensamentos não.

Quão antagônico somos nós.

Tão perto e tão distantes...

Tantas linhas retas, tantos nós.

Notas perfeitas, notas destoantes.

E assim o amor segue...

Numa luta incansável

Entre sonhos e realidade

Entre emoções e personalidade

Mas o q você sente d verdade?